Metade dos clubes europeus apresenta prejuízo, sendo que mais de 20% está com déficits em conta enormes apesar de ano passado o esporte ter tido recorde na geração de receitas.
Esses números assustadores, pesquisados pela UEFA que serão apresentados mês que vem, revelam o total de gastos dos clubes pela Europa.
Falando com exclusividade para o Daily Telegraph, o secretário geral da UEFA, Gianni Infantino, afirma que dados os números dos endividamentos dos clubes da Inglaterra e pela Europa é necessário regular esse mercado.
A UEFA, temendo uma espiral de salários inflacionados pela Europa, está pressionando para novas regras sejam colocadas em vigor para os clubes só gastarem aquilo que arrecadam e não ficarem dependentes de mecenas ou de bancos para contratar e bancar seus jogadores.
A intenção é impedir que novos casos, como do Porstmouth e West Ham, assim como o dinheiro de um Sheik bilionário como no caso do Manchester City que gastam mais do que arrecadam para alcançar sucesso rapidamente que para a UEFA não são gastam sustentáveis.
A iniciativa do FPF do presidente da entidade, Michael Platini, vai impor que clubes para jogarem suas competições estejam zerados, gasto igual receita, ou que tenham lucro no ano anterior. Clubes que apresentarem três anos sucessivos de prejuízos serão impedidos de disputar a Liga Europa e Liga dos Campeões.
As novas regras, que são bem-vindas para aqueles preocupados com os gastos intensos dos clubes da Premier League, serão sancionados no verão e começarão a valer na temporada 2012/13.
As regras não impediram o aumento dos dívidas dos clubes, mas os juros dessas dívidas deverão ser menores que suas receitas (Nota do blog: engraçado, que time tem uma dívida de R$ 2,1bi e paga juros absurdos, mas por ser muito famoso tem um arrecadação gigantesca?). Clubes poderão apresentar prejuízos se comprovarem os gastos em investimentos de longo prazo, como melhoria nos estádios e em jogadores da base.
Investimento de curto prazo, como os £ 170 m gastos pelo Manchester City, terão que ser equilibrados com a receita do clube, e modelos de alta-alavancagem com do outro clube da cidade também estão a perigo. Eles só apresentaram lucro devido à venda do português.
As conseqüências para a Premier League são sérias. Na temporada de 2007/08, 14 dos 20 clubes tiveram prejuízo, incluindo eles, Chelsea e Liverpool. Na Europa Inter. Milan e Real Madrid também tiveram.
Infantino afirma: “O que nós estamos fazendo, juntamente com os acionistas de todos os clubes, é tentar e melhorar a estabilidade de longo prazo dos clube europeus, encorajando eles a viveram dentro de suas realidades.”
“Nós estamos preocupados, assim como vários donos de times, com a sustentabilidade do esporte. Nosso estudo com mais de 650 times de toda Europa mostrou que a metade teve prejuízo e 20% gastaram em excesso, gastaram 120% das suas receitas.”
Segundo Infatino, a principal razão dos prejuízos é o custo inflacionado com salário e transferências feito às custas do dinheiro do dono ou de dívidas.
“Por volta de um terço dos clubes gasta 70% ou mais das receitas com salários. As receitas na Europa cresceram por volta de 10% no último ano, mas os salários subiram 18%.”
“É lógico que se essa situação continuar teremos uma espiral inflacionária, então precisamos usar mais a razão do que a emoção para esse esporte.”
A proposta da UEFA foi apoiada pela poderosa Associação de Clube Europeus (ACE), mas encontra resistência na primeira divisão inglesa.
O presidente da Premier League, Richard Scudamore, disse no começo da semana que ele se opõe a qualquer limite aos gastos de novos donos como do Sheik Mansour.
A justificativa dele é simples: se clubes gastarem apenas o que arrecadam, grandes clubes dominarão.
Infantino não concorda, mas clubes da Premier League não têm o que temer: “nossa intenção não é tornar os clubes iguais com a mesma quantidade de dinheiro para gastar. O que nós vemos é que donos ricos compram grandes clubes porque eles geram muito dinheiro.”
“Nós queremos um ambiente mais saudável que permitiria um clube menor a investir em infra-estrutura e ser capaz de competir com os grandes, sabendo que eles somente poderão gastar o que arrecadam.”
Com as regras devem funcionar:
Quais são as novas regras? A partir de 2012/13, clubes, na pior das hipóteses, têm que ter gastos iguais as receitas para entrar nas competições da UEFA.
Isso significa que clubes não poderão ter dívidas? Não, mas as dívidas têm que ser controláveis. Se os juros das dívidas forem maiores que as receitas, os clubes infringirão a regra, mas clubes ainda podem pegar dinheiro emprestado para melhorias em estádios e divisões de base.
E os clubes com donos ricos? Será mais difícil para eles subsidiarem transferências e salários dos seus bolsos.
Quais clubes ingleses serão atingidos? Chelsea e Man City porque dependem de seus donos. Os vizinhos do City se suas dívidas continuarem altas. No final das contas quase todos os time da Premier League: 14 de 18 tiveram prejuízo em 2008.
Fonte: Daily Telegraph.
Esse tipo de regulação é muito bem-vinda já que saímos de um cenário de muitos países em períodos de recessão devido à crise de crédito, mas gostaria de saber como funcionará para times grandes.
Eles podem ter dívidas gigantescas, mas o que importa é ter um arrecadação maior que o valor do juros sobre os empréstimos?
Quando a Liga dos Campeões não tiver um Real Madrid, Inter de Milão, Milan por eles serem pessimamente administrados essas regras valerão?
Como ser comportará o comitê da União européia sobre o FPF? Advogados confirmam que tal regulação vai contra os princípios da entidade.
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