No episódio desta semana da série “Lendas do City” mostraremos a história de mais um jogador da equipe de esquema inovador do City, na década de 50, que nos levou a um titulo da FA Cup. Após Roy Clarke, Ken Barnes, entre outros, adentramos na linha de defesa daquela equipe e encontramos o líder, o capitão: Roy Paul.
Nascido no País de Gales, Paul tornou-se um mineiro após deixar a escola, mas a oferta de um contrato profissional pelo Swansea lhe deu a oportunidade de deixar a mina, mas seu começo no futebol foi interrompido pela Segunda Guerra Mundial. Depois da guerra, ele fez sua estréia no campeonato, ganhando o campeonato da Terceira Divisão do Sul, em 1948-49. Depois de uma tentativa frustrada de se transferir para o colombiano Millonários, Paul se juntou a Manchester City por £ 19.500 em junho de 1950.
Paul se juntou a uma equipe que tinha acabado de ser rebaixado para a Segunda Divisão, fazendo sua estréia pelo clube no dia da abertura da temporada 1950-1951, um vitória por 4-2 frente a equipe do Preston North End. O City passou dez partidas invicto no início da temporada, até uma derrota por 4-3 para o Doncaster Rovers, Roy jogou em todas as partidas, tornando-se logo capitão do clube e ajudando os Citizens a ganharem a promoção para a Primeira Divisão, como vice-campeão atrás apenas do campeão Preston.
Com isso, Paul estava jogando na elite inglesa pela primeira vez. Nas três primeiras temporadas após o acesso, o clube não passa das posições mais baixas da tabela. No entanto, na pré-temporada de 1954-55 uma nova tática foi introduzida que mudaria a direção do clube, o já falado Plano Revie. O jogo de abertura da temporada resultou em uma derrota por 5-0 para o Preston North End. O jogo seguinte, o sistema foi refinado com Ken Barnes escolhido no lugar de John McTavish. O City bateu o Sheffield United por 5-2, e o sistema foi mantido para o restante da temporada. O papel tático de Paul foi relativamente inalterado em relação à de alguns de seus companheiros de equipe, mas, como capitão, era responsável por manter a coesão dos seus jogadores.
Usando o novo sistema, os resultados melhoraram. Em setembro 1954 City bateu o Arsenal para ir para o topo da tabela, esta partida custou quatro dentes de Roy, resultado de uma cotovelada de Tommy Lawton, da equipe adversária. O City não conseguiu se sustentar na luta pelo título, terminando em sétimo, mas a equipe teve uma temporada de sucesso na FA Cup, chegando à final, onde enfrentou o Newcastle United. Um gol de Jackie Milburn e uma lesão infeliz de Jimmy Meadows, deixando o City atrás do placar e com 10 jogadores, deixaram as coisas dificeis. O capitão assumiu a responsabilidade de mudar as táticas e motivar o grupo, por suas ações o desempenho no restante do primeiro tempo foi melhorado, resultando em um gol de empate de Bobby Johnstone, mas no segundo o Newcastle marcou duas vezes para vencer por 3-1. Publicamente, Paul prometeu levar sua equipe para Wembley novamente, mas em particular ele se culpou pela derrota, questionando se ele não tinha sido um bom capitão.
Na temporada seguinte o clube superou as conquistas da temporada anterior, terminando em quarto no campeonato e novamente alcançando a final da FA Cup, desta vez diante do Birmingham City. Consciente de que o nervosismo havia afetado sua equipe em 1955, no vestiário ele se concentrou em criar confiança em cada um do time. Desta vez foi o Manchester City que marcou um gol muito cedo, com a vantagem, Paul orientou para manterem a posse de bola a maior parte do tempo. A vitória foi mantida e o capitão Roy Paul recebeu o troféu das mãos da Rainha Elizabeth II.
Depois de vencer a FA Cup, Paul jogou mais uma temporada pelo Manchester City. No verão de 1957, foi oferecido um novo contrato, mas ele se aposentou do futebol profissional aos 37 anos, alegando perda de ritmo devido à idade. Sua última partida pelo clube foi em 22 de abril de 1957 contra o Everton. Ele continuou a jogar a nível semi-profissional, juntando-se ao Worcester City, depois ao Brecon Corinthians, e mais tarde ao Garw Atlhetic, onde encerrou sua carreira.
No total, ele fez 293 jogos pelo Manchester City, marcando 9 gols. Morreu em maio de 2002, aos 82 anos.
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